October 21, 2010

SETE CONTRA DEZ

Koshi Nage (projecção a partir da anca)


O futebol de sete de Macau, mais conhecido por "bolinha", é praticado num campo de relva sintética, no Colégio D.Bosco, com cerca de 70 m x 55 m.
Apenas existe uma bancada ao longo do comprimento de um dos lados, que confina com a rua cheia de trânsito.

Do outro lado, debaixo de umas árvores ficam, em cada metade, os treinadores e jogadores suplentes. Não há propriamente "banco", no sentido físico do termo. E isto não é desculpa, mas antes uma importante constatação a levar em conta num território que tem um luxo de tesouraria.

Por fim, desconhecemos inteiramente que qualificações possuem os árbitros que apitam e os bandeirinhas que abanam as bandeirolas, mas pelo que tem sido dado ver, possuem uma quase geral tendência para curiosamente favorecer equipas não lusófonas, sobretudo quando estas se encontram com equipas lusófonas.
Basta que um avançado esteja atrás do defesa, mesmo que tenha partido depois da bola, para que se apite fora de jogo. É que, entre erros e acertos, alguma coisa se há-de arranjar.

Serve esta introdução para quem não conheça a realidade do futebol de Macau, poder entender o contexto em que tudo acontece.

Alinharam pelo Sporting:
Guarda-redes: Felisberto Lei
Defesas: Luís Monteiro, José Abecasis, André Mergulhão
Médios: Sérgio Gaspar, Pedro Maia
Avançado: Rui Silva
Substituições:André Mergulhão que começou magoado, por Domingos Abecasis.
Rui Silva por Luís Chan.

E foi contra um senhor super-barrigudo e careca a meio campo, um guarda-redes que foi jovem há trinta anos, e um conjunto de outros cinco senhores matreiros que o Sporting se teve de defrontar, para não falar no senhor árbitro e nos fiscais de linha.
Perder é justo quando a vitória é concludente. O Sporting sofreu um golo na primeira parte, incontestável. Logo ninguém o contestou.
Eles jogavam matreiramente. Mas na segunda parte, algum cansaço começa a tomar conta do adversário e dos nossos, que se lançam em ataques constantes, perseguindo o resultado. Num desses ataques, já dentro da área, a Rui Silva é aplicado um verdadeiro Koshi Nage (projecção de aikido com base na anca) que se estatela ao comprido face à impávida passividade do árbitro que nada assinala, perante a indignação, revolta e protestos dos espectadores. O jogo começa a azedar e fica-se a perceber que o Sporting, com sete homens, defronta dez, dos quais três não jogam à bola. As picardias começam com as hostes contrárias a iniciar as hostilidades e o árbitro a amarelar quase sempre os nossos jogadores.
Numa discussão, o Sérgio não retira a cabeça mas também a não mexe. O outro atira-se ao chão, manhosamente, a cara cheia de coisa nenhuma. Cartão vermelho para o Sérgio, ora pois. Afinal o relógio não pára.
E as coisas vão continuando azedas, com todos os leões a assaltarem a baliza contrária, tentando rematar de longe para um guarda-redes que gosta de estar adiantado.
Numa falta por trás cometida por um opositor contra o nosso Domingos Abecasis, o árbitro busca a remissão impossível com um vermelho arrancado da cartola do segundo amarelo, o que deixa agora em campo 6 jogadores de cada lado. Sempre fica bem na fotografia...

Perder perante um adversário que jogue lealmente, com uma equipa de arbitragem que não raie a farsa, não envergonha, tanto mais que os nossos dão sempre o máximo e poucos entraram em campo sem mazelas.
O que indigna é que se perdoe um flagrantíssimo penálti já descrito e constantes ameaças à integridade física do Rui.
É que ganhar assim não dignifica ninguém. O Sporting sai de cabeça bem erguida, porque jogamos com lealdade e dignidade. Parabéns jogadores!!!

Esforço, Dedicação, Devoção e Glória!!!
Viva o Sporting Clube de Macau!!!
Viva o Sporting Clube de Portugal!!!

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October 17, 2010

DOIS JOGOS, DUAS VITÓRIAS GÉMEAS

Caros Consócios e Sportinguistas,

Temos interagido no Facebook porque permite isso mesmo, a interacção. De qualquer modo, actualizamos aqui os dois jogos mais recentes pelas equipas do Sporting e do Papa Tudo que

HÁ HORAS DE SORTE
PAPA TUDO -通吃 3 - VS - S.Y.S.J.A. 2
Sábado, 16 de Outubro

Os cauteleiros dizem que ele Há horas de Sorte. O Professor Moniz Pereira diz que a sorte dá muito trabalho.

Um dos princípios elementares que orientou o jogo de ontem foi construír e assegurar uma muralha defensiva o mais segura possível, o que no futebol de sete é tarefa que obriga a um jogo muito desgastante.

O Papa Tudo alinhou de início com Vasco Bismark à baliza, Sammy Cheang Tat Meng à esquerda, Marcelo Yee ao centro e Matt Hong à direita da defesa, dois médios, o Luís Oliveira e o "Zero" Ng como médios ofensivos e Kico Conceição como atacante fixo.

Percebeu-se desde o início, que o esquema e orientações dadas pelo nosso treinador, estavam perfeitamente ajustadas a uma equipa com jogadores muito rodados entre si, como é a S.Y.S.J.A. , que tomou o comando das operações e provou ser uma equipa que joga sobretudo o futebol de sete, a bolinha, trocando muito bem a bola, abrindo linhas de passe, criando espaço.

A primeira parte foi quase toda passada na metade do campo do Papa Tudo, com Marcelo Yee a comandar a defesa, e com Sammy e Matt, ajudados por "Zero" e Luís Oliveira a virem reforçar e rechaçar todos os ataques. O intervalo chegou sem golos.

Na segunda parte, e apesar da superioridade da S.Y.S.J.A. o Papa Tudo mantinha uma defesa sólida que tinha em Vasco Bismark um pilar sólido, a oferecer confiança total à equipa.

Conçalo Pinheiro Torres substitui Kico Conceição fazendo avançar "Zero" Ng, que nunca se mostrou conformado. A defesa reforça-se e encorajam-se "Zero" e Luís Oliveira para o contra-ataque.

Entre já nos últimos dez minutos Ricardo Sá Carneiro para o lugar e Sammy e aposta-se totalmente nos penálties. Dava para perceber que o guarda-redes deles parecia ser o elo mais fraco.

O jogo termina empatado e vão disputar-se os penálties. A claque Sportinguista repete os incentivos.

"Zero" é o primeiro a avançar decidido para a marca de grande penalidade. Marca um golo indiscutível.

Vasco Bismark vai para a baliza. O adversário marca. Estamos empatados.

Luís Oliveira avança e remata certeiro para o fundo das redes.

Vasco quase defende o segundo remate. Continuamos empatados.

Ricardo Sá Carneiro corre para a bola, e o guarda-redes defende... Cai o desânimo, mas nisto o juíz de linha e o árbitro conferenciam e, pasme-se, o guarda-redes mexeu-se antes do remate. Repetição do penálti.

Sá Carneiro agora mais concentrado dispara inapelavelmente para o fundo das redes.

Agora cabe ao Vasco defender... mas não foi preciso. O adversário dispara bem para cima da barra. Estava ganho o jogo por 3-2 nos penálties.

O princípio de primeiro defender muito bem, tinha funcionado, dando os frutos esperados. Assim é o futebol.

Viva o Papa Tudo, viva o Sporting Clube de Macau.


RENASCENDO DAS CINZAS
SPORTING 士砵亭 3 - VS - LAM FONG 嵐鋒 2
Quinta-Feira, 14 de Outubro de 2010

Constatámos que se cumpriu o regulamento da A.F.M. que é idêntico ao da FIFA e, assim, à última, fomos alertados para o jogo com pouco mais de 12 horas de antecedência.

Afinal o Sporting Clube de Macau tinha sido - juntamente com o seu irmão gémeo Papa Tudo - apurado para o mata-mata.

E foi um corropio, mensagens, telefonemas, quem estava presente, quem tinha dois amarelos, quem estava magoado...

O nosso Filipe Carlos, guarda-redes, tinha chegado de Xangai, o capitão Luís Monteiro estava com as pernas inchadas de toques de outros jogos, o Luís Chan tinha três jogos em quatro dias, o Sérgio Gaspar estava impedido por dois amarelos, o José Maria chegou com a sua bonomia habitual, o André Mergulhão chegou, juntou-se-lhe o Pedro Maia, o velocíssimo benjamim Rui da Silva e o Domingos Abecassis, que foi sacrificado como único suplente para o lugar de guarda-redes enquanto não chegava o Filipe Carlos.

O jogo só assenta quando, cinco minutos depois, entra finalmente o nosso guardião e, com ele, perdemos o único suplente que foi para a baliza por cinco minutos. O jogo assenta mais com a segurança do Filipe. À sua frente jogam à esquerda o Luís Chan, ao meio o José Maria, e à direita o capitão Luís Monteiro. Meio campo constituído pelo Pedro Maia e pelo André Mergulhão. Lá à frente, o velocíssimo Rui Silva.

O jogo espraia-se no tempo com um domínio do Sporting que acumula com um golo do Rui Silva, o benjamim, num dos muitos ataques da equipa.

Por essa altura, os jogadores do Papa-Tudo que tinham vencido o jogo-treino, chegam ao campo e a claque aumenta.

A segunda parte é mais do mesmo, perante uma equipa com muitos substitutos. Numa perda de bola junto à nossa área, o Lam Fong empata a partida. Os nossos jogadores, já cansados, sem substitutos para refrescar, vão atacando, mas debalde.

É o mata-mata. Três penalties para cada lado. O "Mister" escolhe o Pedro Maia, o Luís Monteiro e o José Maria Abecassis.

Filipe Carlos vai para a baliza. O Lam Fong marca o primeiro de penalti perante os gritos da já numerosa claque Sportinguista.

Pedro Maia vai marcar, corre e remata sem apelo para o guarda-redes contrário.

Filipe Carlos volta para a baliza. O jogador encarregue de marcar, corre para a bola e esta encontra o nosso guardião pelo caminho.

O capitão Luís Monteiro corre para a bola e dispara certeiro para o 2-1.

O guardião Filipe Carlos volta a fazer uma magnífica defesa e já não foi preciso o José Maria marcar. Os jogadores abraçam-se, o Sérgio vai juntar-se ao grupo e a claque, satisfeita, vai-se levantando e conversando em grupos.

Há uma hipótese interessante no ar. Seria de facto espectacular em termos de uma previsão feita antes dos jogos começarem.

Mas fica para depois. Para já o Sporting, ressuscitado, segue em frente. Parabéns ao Mister e aos jogadores.

Caso para dizermos: no creemos en brujas, pero que las hay, las hay!!!

Esforço, Dedicação, Devoção e Vitória!!!

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